Saúde

Pesquisa aponta que 17% dos adolescentes pelotenses sofrem depressão

Para especialistas, quanto mais precoce o diagnóstico, melhor os resultados

Jô Folha -

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O transtorno psiquiátrico mais comum que existe em adultos e idosos, também é a principal doença mental entre os adolescentes. Em Pelotas, os índices são altos e preocupantes. Entre os jovens, 17% apresentam dois ou mais sintomas depressivos, sendo um destes o humor deprimido ou a perda de interesse e prazer em atividades do dia a dia. E mais: são, na maioria, meninas entre os 14 e 15 anos, com cor da pele parda, indígena ou amarela e fumantes, que convivem com algum familiar deprimido no domicílio.

O perfil do transtorno, levantado pelo psicólogo e doutor em epidemiologia Tiago Neuenfeld Munhoz, no estudo Depressão em adolescentes brasileiros de dez a 19 anos: estudo transversal de base populacional, vai além. A prevalência da doença também está diretamente ligada a condição socioeconômica e escolaridade desse adolescente. Isto porque, indivíduos nestas condições estão expostos a um conjunto maior de fatores de risco, incluindo a própria depressão. Somado a isto, a baixa escolaridade também pode dificultar o entendimento de que os sintomas depressivos são um problema de saúde. “Esta combinação de fatores pode fazer com que estes indivíduos não procurem ajuda especializada. E, pelo fato de terem baixo nível econômico, pode ser que não tenham acesso ao tratamento adequado”, afirma Munhoz.

O trabalho realizado no ambulatório de saúde mental do município, serviço da rede pública que atende os casos leves e moderados de depressão a partir dos 14 anos, vê na prática o apontado pelo estudo. A psicóloga Maria Helena Oliveira destaca, até mesmo, um aumento na demanda de atendimento para esta faixa etária nos últimos anos. Para ela, além das questões sociais e econômicas, o bullying e a falta de uma figura referência na família, que represente autoridade e segurança são os fatores que mais contribuem para o desenvolvimento da depressão. No entanto, o índice elevado e a procura crescente por tratamento não indicam, necessariamente, que isto é uma novidade entre os jovens. “A depressão sempre existiu, seja na faixa etária que for. O que acontece é que antes ela não era diagnosticada e, ainda mais quando se trata de crianças e jovens, onde a tendência da família é entrar em negação, dificultando o acesso ao diagnóstico e tratamento.”

Tanto para o estudo, quanto para a psicóloga, necessidade de políticas públicas voltadas para a saúde mental que contemplem este grupo são necessárias e até mesmo urgentes. Para Maria Helena, a qualificação e formação dos educadores e, até mesmo dos pais, quanto a exiswtência e manifestação da depressão em jovens é essencial para o combate das altas estatísticas. “Quanto mais precoce o diagnóstico, mais cedo conseguimos resultados positivos no tratamento. Independentemente da idade, quanto menos tempo um indivíduo conviver com a depressão, mais fácil é superá-la.”

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